sexta-feira, 19 de abril de 2013

Ao povo o Povo a povoar-se


vai reúne num canto só
canto orgulho-ressentido na garganta
vai diz que é de muitos para todos o que já é o que virá
brado que é grito juntado
pulmão de muitos
em uníssono entoar
um consolo que é lágrima encontro
um rio de olhos salgados
ciceroneia feridas
um corpo que pesa sei lá tanto
que carrega sei lá quanto
curvado de tanto arcar
com forma que com restrição tudo nele cabe
com fama que todo conceito-esquadro mancheta
vai costura bandeira
infla peito de nós
por um nós que caminha
para lá para cá desde lá aqui dizem
caminha rebanho que é passo afoito
que é peito encolhido por ver escolhido um rumar de mil pés
de tão sem abrigo já só cala
lembrança de voz que canta hino hasteando bandeira

na esperança de um dia que seja para todos
cada voz informe salva suspiro de vida diário
solve dissolve
alejando desaleja
num tempo entre muitos como cada ponteiro urge
num tudo entre todos como cada qual pode
de povo
povoar-se
povoarde-se
povo-ar-de-ser
povo-há-de-ser-um-povoar-se
até o fim
sem fim
de tanto povo pouco apreço
de tanto povo caro preço
de tanto povo tudo é pouco
de tanto tudo povo rouco

Autor: Sócrates Fusinato


*Essa poesia foi apresentada durante o GT1 do I Congresso Direito Vivo pelo participante Sócrates Fusinato. Tamanho o encanto que causou, também encerrou o evento. A poesia, ao final, foi lida pela autor como forma de homenagear os professores organizadores do evento. 


2 comentários:

  1. Essa poesia é a cara do Lutas! e do I Congresso!!!! Obrigada Sócrates!!!

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  2. O Sócrates foi gentil demais em aceitar não só compartilhar conosco a poesia, como também em recitá-la no Congresso ele mesmo! : )

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